segunda-feira, 5 de maio de 2014

MARIO RAMIRO


 Mario Celso Ramiro de Andrade, nasceu em Taubaté interior de são em 1957.  Filho de professores cresceu em contato com livros incluindo a Bíblia ilustrada pois era católico. Dai surgiu o interesse, por artes ele gostava de fazer ilustrações.
    Ramiro é um dos artistas mais importante nas relações entre artes/ciência e tecnologia s
Suas experiencias com arte telecomunicativa foi a mais bem sucedida em sua geração.  Passou uma temporada na Alemanha e quando voltou para São Paulo começou trabalhar modificando os ambiente urbanos e arquitetural, no projeto Intervenções Urbanas desenvolvido pelo grupo  3 nós 3.Este trabalho era repercutiu através de jornais e televisão .
Com o tempo ele percebeu que esses eventos eram passageiros, o artista deu um novo rumo no seu trabalho, iniciou no campo da eletrônica e das comunicações. O trabalho mais importante no campo da arte-comunicação foi o CLONES, uma rede simultânea de Rádio,Televisão e videotexto em 1983, em São Paulo.


Outro passo importantíssimo na vida de Ramiro foi o evento Retrato suposto-Rosto Roto em 1988, que passou a transmitir  via fax de São Paulo para o Rio de Janeiro um repertório gráfico de traços fisionômico por exemplo: boca, nariz, olhos, etc. recebido pelo artista Eduardo Kac. Ao receber estas imagem ele editava em uma outra folha de papel o rosto humano em seguida devolvia para São Paulo, novamente pelo fax.Os detalhes da experiência era transmitido ao vivo no ar, em um horário nobre, das 19 ás 20 horas,pela TV cultura de São Paulo.     
 Outro ponto alto de sua carreira foi quando ele faz a implantação  de um link ponto a ponto entre Finlândia e Grécia, sem nenhum equipamento eletrônico em um evento de arte-comunicação, chamado ENTRE O NORTE E O SUL  não eletrônica, e sim telepática no dizer de Ramiro. Logo após desenvolveu desenvolveu experiencia de inter-relação entre arte  e física de 86 a 91 período que se dedicou a arte-comunicação, desenvolveu esculturas de levitação magnética que flutuava no ar; objetos invisível a olhos nu mas perceptível pela sensibilidade do corpo; ou fotografáveis com técnicas especiais. 
No seculo XX, foi exibido o primeiro trabalho co gravidade zero em 86, realizado pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, era uma escultura que flutuava no ar, por meio de campo magnético regulado por uma célula fotoelétrica.
Suas experiências artística é extensa,  fiz um resumo dos pontos mais importante de sua carreira.


POR: Mariana dos Santos

     

Mariana Manhães

Mariana Manhães
.       (Niterói, RJ, 1977). Vive e trabalha em Niterói e no Rio de Janeiro. É formada em psicologia pela Universidade Federal Fluminense (1995-2001) e frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro de 1998 a 2006.


.        Mariana Manhães é artista visuais,faz parte de uma categoria que podemos chamar de artistas/inventores. Ela trabalha com maquinarias de todo tipo. Em suas obras as máquinas ganham um tom pessoal e afetivo. A tecnologia é humanizada e objetos antes inanimados ganham ares de gente. Em uma de suas obras, objetos como bules, xícaras, pratos, são animados, falam uma certa língua incompreensível e buscam uma comunicação entre si. Tais utensílios, que normalmente se encontrariam dentro da cristaleira, surgem nos vídeos, não mais estáticos, prontos para o uso, mas sim vivos. Não mais objetos, mas sujeitos.


.           Sua obra utiliza elementos visuais do cotidiano, como bules, jarros, nuvens e portas construindo comportamentos e linguagens para esses elementos através da produção de desenhos, fotografias, vídeos e principalmente obras em arte-tecnologia, com sistemas auxiliados pela robótica. Essas obras são formadas pelos próprios dispositivos eletrônicos, pequenos monitores de vídeo, caixas de som, motores, madeiras, parafusos e fios que ficam visíveis, sem se tornar uma caixa preta, criam a estrutura visual da obra e ao mesmo tempo revelam o funcionamento do sistema. Geralmente os sons dos vídeos são captados por sensores sonoros, que ativam suaves movimentos na estrutura. Os objetos nos vídeos falam através de idiomas inventados pela artista e os movimentos da estrutura se transformam em gestos, adquirindo vida e comportamentos estranhos e complexos que o público tenta entender.
Buraya resim koy
          Mariana Manhães, apresenta uma instalação chamada Verbos Terminados em Ar, com uma série de desenhos representando movimentos de um corpo articulado que inspira e respira nas quais a leveza e o peso se contrapõem.

.         Os conceitos e a poética são desenvolvidos por Manhães, mas produzidos em equipe, principalmente com seu pai Antonio Moutinho, que é engenheiro. O processo criativo de
Manhães revela que a arte pode ser produzida com a participação de profissionais de outras áreas e de pessoas próximas, que até pouco tempo não imaginavam essa possibilidade, que amplia a compreensão da arte contemporânea e da criação artística.


PRÊMIOS
2007- Menção Honrosa - 7o Prêmio Sérgio Motta de Arte e Tecnologia
2006- Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça - FUNARTE / MINC
2006- Prêmio Flamboyant - 6o Salão de Goiás
2005- Prêmio Gilberto Chateaubriand - 12º Salão da Bahia

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS SELECIONADAS
2008- São Paulo, SP – individual na Galeria Leme

2007- Niterói, RJ – “Liquescer” no Museu de Arte Contemporânea


Ayse Ozturk

Rafael Luiz Zacher França.

 Rafael Luiz Zacher França.




 Biografia
        Rafael Luiz Zacher França. (Porto Alegre RS 1957 - Chicago, Estados Unidos 1991). Artista multimídia. Forma-se em artes plásticas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e em 1985 torna-se mestre em artes pela The School of the Art Institute of Chicago. A partir de 1982, passa a viver alternadamente em São Paulo e Chicago, produzindo vídeos, instalações e trabalhos de curadoria nos dois locais e também em sua cidade natal. É também um gravurista talentoso e crítico de arte particularmente voltado para questões atuais da arte contemporânea, colaborando em várias revistas especializadas do Brasil e do exterior e também na organização de mostras de videoarte (por exemplo, mostra da 19ª Bienal Internacional de São Paulo, 1987). Tem uma obra videográfica das mais coerentes e sistemáticas de toda a arte eletrônica brasileira.





       Poucos artistas no Brasil realizaram uma obra tão pessoal e corajosa como o gaúcho Rafael França, morto em 1991, aos 33 anos, em decorrência de complicações causadas pela aids. Seu último vídeo, Prelúdio de uma Morte Anunciada (1991), terminado alguns dias antes de sua morte,
Um dos aspectos mais ricos da obra de Rafael França é justamente a experimentação de alternativas criativas para a ficção video gráfica. Um dos aspectos mais ricos da obra de Rafael França é justamente a experimentação de alternativas criativas para a ficção videográfica. Mas não se espere encontrar em seus vídeos narrativas clássicas, à maneira de uma certa literatura ou de um certo cinema, que nos habituaram com alguns modelos canônicos de ficção.m
Entre 1979 e 1982 formou o grupo 3NÓS3, junto com os artistas plásticos Hudinilosn Jr e Mario Ramiro. O trio realizou diversas intervenções artísticas na paisagem urbana de São Paulo, cobrindo monumentos públicos com plástico. Em 1985, tornou-se mestre em artes pela The School of the Art Institute de Chicago, EUA. Durante o período acadêmico desenvolveu ampla pesquisa sobre os meios de reprodução gráficos, chegando até as novas mídias, como vídeo instalação. França participou de inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, participou da 16ª Bienal Internacional de São Paulo (1981), e da mostra de vídeo-arte da 19ª Bienal (1987), Museum of Modern Art, Nova Iorque, (1992) e Precursor e Pioneiros Contemporâneos, no Paço das Artes, São Paulo, (1997).
       Breve e singular, a trajetória do artista gaúcho Rafael França (1957-1991) foi marcada pelo afastamento dos meios tradicionais das artes plásticas. Utiliza em seu trabalho novos suportes e processos criativos da imagem-movimento na arte conceitual para refletir sobre a relação palavra-imagem, o corpo e as relações interpessoais. Radicado em Chicago desde 1982, trabalhou com vídeo e computador, produzindo instalações e video walls.
.     A obra exibida na Pinacoteca, Polígonos regulares, 1981, é composta por 18 televisores, divididos em quatro grupos, sendo que cada grupo constitui um polígono. Esses televisores recebem, por circuito fechado, a imagem de um elemento geométrico que ocupa quase a totalidade da tela de cada um deles. “A ideia para este trabalho estava muito ligada à ideia de escultura, ou seja, de como usar o televisor como objeto escultórico, como uma grande lâmpada”, afirma Rafael França, no catálogo Sem medo da Vertigem, 1997, Paço das Artes.



                                    Rafael França-Polígonos Rregulares 1981

         Obras Selecionadas
Combat in Vain
Fighting the Invisible Enemy
Getting Out
Insônia
O Silêncio Profundo das Coisas Mortas
Without Fear of Vertigo
Reencontro
Prelúdio de uma Morte Anunciada
Sem título

         Referência :
Enciclopédia itau cultural
Pinacoteca do estado de S Paulo



Ayse Ozturk






sexta-feira, 2 de maio de 2014

Ernesto Melo e Castro



      Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro, nascido em 1932, natural da Covilhã, Serra da Estrela, Portugal ; Professor , poeta e ensaísta ; formou-se em Engenharia Têxtil pelo Instituto Tecnológico de Bradfort, Inglaterra , onde também desempenhou a função de técnico têxtil. Doutorou-se em letras pela USP e, no início de sua carreira poética , Cadernos do Meio Dia , alegrou também com pitadas de intervenção teórica, o Grupo de Poesia Experimental. Em 1966 , organizou o segundo caderno antológico de Poesia Experimental que em sua totalidade foi produzido com textos teóricos e criação literária que almejavam as potências visuais e fônicas do significante linguístico.
                                   
Algumas obras:
























POESIA VISUAL


todos os poemas são visuais
porque são para ser lidos
com os olhos que veem
por fora as letras e os espaços
mas não há nada de novo
em tudo o que está escrito
é só o alfabeto repetido
por ordens diferentes
letras palavras formas
tão ocas como as nozes
recortadas em curvas e lóbulos
do cérebro vegetal : nozes
os olhos é que veem nas letras
e nas suas combinações
fantásticas referências
vozes sobretudo da ausência
que é a imagem cheia
que a escrita inflama
até ao fogo dos sentidos
e que os escritos reclamam
para se chamarem o que são

ilusões fechadas para
os olhos abertos verem

e.m. de melo e castro







Roda Lume consiste num "poema experimental animado", realizado por E. M. de Melo e Castro em 1968. O original foi destruído pela RTP por razões difíceis de apurar (o mais certo terá sido por uma questão de reciclagem de fita). Sobreviveram os planos do storyboard original e Melo e Castro conseguiu, em 1986, reconstruir a essência do que teria sido a primeira manifestação da videopoesia, ou telearte, num contexto internacional.







                                                      Este último trabalho já é um soneto nada "convencional" ,
 sem desprezar as rimas...






                                                                                                                                                                   Por Edson Fernandes





quinta-feira, 1 de maio de 2014




ANNA BELLA GEIGER
data de nascimento 04 / 04 / 1933
Rio de Janeiro


Em momentos relevantes da arte contemporânea de nosso país é marcante a presença de Anna Bella Geiger. Na superação dos postulados informais dos anos 1950, na construção figurativa com a sua "fase visceral" dos anos 1960, nos movimentos experimentais da década de 1970, no seu retorno à uma certa pintura nos anos 1980, e na sua obra atual – Anna Bella mostrou-se sempre uma artista autêntica.

A artista realiza sua obra em gravura, pintura, desenho, objetos, fotomontagem e videoinstalações. 
Na década de 1950, foi morar em Nova York, estudando História da Arte no Metropolitan Museum e Sociologia da Arte, na Universidade de Nova York, com a historiadora alemã Hannah Levy Deinhardt.

Sua obra é marcada pelo uso de diversas linguagens e a exploração de novos materiais e suportes. Nos anos 1970, sua produção tem caráter experimental: fotomontagem, fotogravura, xerox, vídeo e Super-8. Dedica-se também à pintura desde a década de 1980. A partir da década de 1990, emprega novos materiais e produz formas cartográficas vazadas em metal, dentro de caixas de ferro ou gavetas, preenchidas por encáustica. Suas obras situam-se no limite entre pintura, objeto e gravura.

Estimulada pelas questões levantadas pela arte conceitual e o momento político vivido, ela apresenta em seus trabalhos sobretudo questões relativas à identidade e cultura nacional, ao local do artista na sociedade, à constituição do meio de arte no Brasil e sua posição no mundo.

Apesar da importância e constância da gravura em sua obra, em Circumambulatio (1972) percebe-se a necessidade de Geiger de encontrar novos meios de expressão. 

Circumambulatio: Figura feminina | Grande espiral | Grande espiral na paisagem 1972
registros fotográficos de performances, Rio de Janeiro | fotos Thomas Lewinsohn | coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/ USP | 25 x 40cm, 20 x 30cm, 20 x 30cm


Tem participado de inúmeras mostras internacionais em museus e nas bienais de São Paulo, Veneza e de fotografia da Bélgica. Em 1982, recebeu o prêmio da Fundação Guggenheim (NY) e, em 2000, a Bolsa Vitae de pesquisa em Artes Plásticas. 

Y'vus Y'vus – ela soluça com saudades 2003
chumbo e veludo | 21 x 21 x 21cm          

Com Fernando Cocchiarale, publicou o livro "Abstracionismo Geométrico e Informal – vanguarda brasileira nos anos 50" (1987).

Os anos 1990 são marcados por séries como Fronteiriços, em que novos materiais são usados. As formas cartográficas reaparecem vazadas em metal dentro de caixas de ferro ou gavetas de mapotecas preenchidas por encáustica. No limite entre gravura, pintura e objeto, essas obras são o emblema perfeito de toda sua produção na medida em que atualizam as séries anteriores. Mais recentemente, retoma seus interesses pelas novas tecnologias utilizando o vídeo em associação com a gravura (clichês de metal) e arquivos de ferro na instalação Indiferenciados (2001).




Ana Bella Geiger- CIRCA V


Circa IV é, inversamente, uma maquete de ruínas do sonho moderno, cuja dinâmica é simbolizada aqui pelo trem.Trilhos de brinquedo soltos ou impressos sobre o piso coberto de jornais coexistem com pequenos modelos de construções arquitetônicas modernas. No ângulo da sala, num monte de terra escura situa-se a entrada (ou a saída) de um túnel ferroviário cujos trilhos não se prolongam muito além de sua boca. Na parede lateral, desenhos em papel vegetal de plantas baixas de edifícios modernistas e da antiguidade (pirâmides, casas de banho,etc) coexistem num único tempo.Ao fundo, uma projeção exibe algumas imagens do Circa I combinadas a outras, de trens de brinquedo ou de trens reais, todos em movimento contínuo, como se estivessem comunicando presente e passado.Enigmáticos, indiferenciados por ruínas fictícias e referências oníricas, os Circa flutuam entre a atualidade em processo e tempos imemoriais que, a um só tempo, evocam as origens étnicas mais remotas de Geiger e asseguram a atualidade de sua produção mais recente.
Fernando Cocchiarale trecho do texto da individual Anna Bella Geiger-1974-2009 Oi Futuro RJ.

Em 2004, Anna Bella recebeu a insígnia da Ordem do Cruzeiro do Sul, do Ministério das Relações Exteriores, e em 2010, recebeu a insígnia da Ordem do Mérito Cultural por representar a tradição, a vanguarda e as diferentes correntes de criação cultural e artística do País.

Abaixo o link para que possa ter maior contato com as obras da artista.

http://www.circa2011.com.br


Por - Simone Pacini.






   O artista da era eletrônica comunga com um tempo em que há o sentido de cooperação entre homem e a natureza, traduzido em arte”
Paulo Laurentiz


  Paulo Laurentiz (São Paulo SP 1953 - 1991). Artista visual, professor, graduado em artes pela Faap, São Paulo, e em propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Fez mestrado em comunicação e semiótica pela PUC/SP com a dissertação O Cinema Sem Planos, e doutorado pela mesma instituição com a tese "A Holarquia do Pensamento Artístico". Lecionava desde 1988 no Instituto de Artes (Departamento de Multimeios e Faculdade de Artes Plásticas) da Unicamp, em cursos de pós-graduação.
  Foi importante articulador de acontecimentos na área de arte/tecnologia, além de ter sido também um dos poucos que teorizaram sobre esse assunto no Brasil em seu livro/tese A Holarquia do Pensamento Artístico que é atualmente  um clássico na área. Foi também  um  dos fundadores do IPAT ( Instituto de Pesquisa em Arte e Tecnologia ), e teve papel  fundamental no desenvolvimento da arte eletrônica no Brasil. Para ele: Abrandar tecnologia significa, em termos de pensamento operativo, encontrar funções similares entre as organizações sintáticas dos equipamentos (hardware e software) e as forças universais explicitadas no insight. Desta maneira, não há uma interferência interna de uma linguagem sobre as qualidades de outra linguagem . Os discursos se equivalem, gerando sentimentos similares diante do fenômeno em si, ou da manifestação cultural produzida.
   Esteve à frente de alguns dos mais importantes eventos na área de arte-comunicação.
  Laurentiz  afirmou em seu livro/tese “A Holarquia do Pensamento Artístico” que  o artista da era eletrônica comunga com um tempo em que há o sentido de cooperação entre homem e natureza, traduzido em arte. Esse tempo traduz a passagem da relação olho-mão do artista da era industrial para a relação mente-mundo do artista da era eletrônica. Esse seria o papel do artista que estaria esclarecendo a caixa preta da tecnologia e a transformando em linguagem de comunicação.
  Na passagem de 1990/1991, Laurentiz coordenou um evento que tinha por finalidade uma produção conjunta entre brasileiros e japoneses nas 12 horas de intervalo entre a meia noite japonesa e a brasileira, entre o ano novo lá e aqui. O evento foi organizado para que de hora em hora fossem enviados arquivos com imagens  e som , nas quais  eles interferiam e vice-versa. Todos os trabalhos gráficos, sem qualquer combinação prévia, tinham uma referência à lua. Isso porque a lógica de elaboração do fax esteve atrelada à percepção de que a Terra somente pode ser observada ‘sem tempo’ se estivermos fora dela. E o primeiro astro que permitiria isso é a lua.
  A estrutura do evento se repetiu por ocasião do “L'Oeuvre du Louvre”, momento em que artistas de Campinas enviaram ao Louvre, por fax, imagens, com o objetivo de “invadir o museu”. As duas experiências foram pioneiras nas experiências com arte telemática.

                       Arte- fax, a proposta era invadir o museu do Louvre, na França, por fax

    Laurentiz dividiu o pensamento operacional humano em três ciclos distintos, que  se refletiram e se refrataram nas diferentes posturas de materialização da obra de arte: ciclo pré-industrial, ciclo mecânico e ciclo eletrônico, correspondentes ao período materialista industrial da civilização ocidental. "É nesse período que há a consagração dos valores materiais na cultura ocidental”.
  O ciclo eletrônico, no qual vivemos, é caracterizado não apenas pelas chamadas "novas tecnologias". "Coincide com a procura, pelo homem, de uma outra escala de valores extramaterial, a qual possibilita a própria espécie auto desenvolver-se, reorganizando e reorientando a sua participação na vida com o universo." Esta procura se dá com o questionamento da crença irrestrita e dogmática de que o conhecimento científico cartesiano seria o propulsor da evolução humana. Não que o cientificismo da passagem do século XIX para o XX fosse hegemônico e incontestável,ou que essa noção sobre desenvolvimento tenha desaparecido dos discursos dominantes, mas os acontecimentos provenientes das duas Grandes Guerras evidenciaram o "fato de o homem, apesar de estar no auge de sua sabedoria material, não apresenta o mesmo desenvolvimento em seu poder crítico, quase pondo fim a sua própria história." .(LAURENTIZ 1991)

               Paulo Laurentiz, quatro quadros de Untitled,
               transmissão de TV de varredura lenta, 1986.



Fontes: www.iar.unicamp.br/midialogia
www.scielo.br
Postado por : Renata Sanches



LENORA DE BARROS





Poeta e artista visual, seu trabalho se desenvolve a partir de diversas linguagens, como o vídeo, a performance poética, a fotografia e a instalação.

Filha de Geraldo de Barros conviveu desde criança com poetas concretos. Sua obra, entre linguagem, imagem e som, guarda relações também com a arte pop, com o grupo Fruxus, com o neoconcretismo e também com o viés, sem esquecermos o rock´n´roll.

Interessada na qualidade "verbivocovisual" da palavra, conforme a expressão dos concretistas explora a simultaneidade da comunicação verbal e visual, passando a desenvolver um trabalho dentro das artes plásticas com influência da arte conceitual e da arte pop.

Palavra e imagem formam as principais matérias-primas de seus trabalhos. Optando pelo uso da fotografia e de sua própria imagem no desenvolvimento de seus incomuns poemas, ela desbrava um caminho próprio, agregando influências como a Body ART, a performance, as artes gráficas e o vídeo..

 São exemplos da utilização desse recurso Poema, 1980, um de seus primeiros trabalhos, ou a série Procuro-Me, 2002. Nesta série incorpora estratégias de intervenção na imagem, com sobreposições e recortes feitos digitalmente, que remetem às técnicas utilizadas por Geraldo de Barros, especialmente na série Sobras, 1996/1998.

Poema,1980

Criou, como artista-curadora, a Radiovisual, na 7ª Bienal do MERCOSUL – Grito e Escuta, Porto Alegre-RS, out/nov. 2009.


Procuro-me,2002

Também executa performances ao vivo, como O Corpo Não Mente, 1994, e Da Origem da Poesia, 2000, entre outras. O uso do vídeo retorna em trabalhos mais recentes como a série de videoperformances. Não Quero Nem Ver, 2005, A Mulher - Há Mulheres, 2005, vídeo da série em que um gorro de lã sobre o rosto se desfaz enquanto a artista enumera frases sobre tipos femininos, é exemplo de como na sua obra é forte o peso do universo cultural e teórico da poesia concreta, mas também de como comparecem elementos de um discurso sobre a condição feminina e a construção social de sua imagem.
Realiza exposições e performances individuais e em parceria com músicos, poetas, no Brasil e no Exterior há mais de 25 anos. Sua obra faz parte de coleções públicas e particulares no Brasil e no exterior: Museu d’Art Contemporani de Barcelona, Daros-Latinamerica, Zurique, Rio de Janeiro-RJ, e MAM-SP.


Vídeo realizado para instalação Cadeiras Pussy da exposição individual na galeria Milan SP da artista Lenora de Barros intitulada O Que há de novo, de novo, Pussycats. Música de Cid Campos e Marcos Augusto Gonçalves e vídeo de Grima Grimaldi.



Por: Simone Pacini.