quinta-feira, 1 de maio de 2014




ANNA BELLA GEIGER
data de nascimento 04 / 04 / 1933
Rio de Janeiro


Em momentos relevantes da arte contemporânea de nosso país é marcante a presença de Anna Bella Geiger. Na superação dos postulados informais dos anos 1950, na construção figurativa com a sua "fase visceral" dos anos 1960, nos movimentos experimentais da década de 1970, no seu retorno à uma certa pintura nos anos 1980, e na sua obra atual – Anna Bella mostrou-se sempre uma artista autêntica.

A artista realiza sua obra em gravura, pintura, desenho, objetos, fotomontagem e videoinstalações. 
Na década de 1950, foi morar em Nova York, estudando História da Arte no Metropolitan Museum e Sociologia da Arte, na Universidade de Nova York, com a historiadora alemã Hannah Levy Deinhardt.

Sua obra é marcada pelo uso de diversas linguagens e a exploração de novos materiais e suportes. Nos anos 1970, sua produção tem caráter experimental: fotomontagem, fotogravura, xerox, vídeo e Super-8. Dedica-se também à pintura desde a década de 1980. A partir da década de 1990, emprega novos materiais e produz formas cartográficas vazadas em metal, dentro de caixas de ferro ou gavetas, preenchidas por encáustica. Suas obras situam-se no limite entre pintura, objeto e gravura.

Estimulada pelas questões levantadas pela arte conceitual e o momento político vivido, ela apresenta em seus trabalhos sobretudo questões relativas à identidade e cultura nacional, ao local do artista na sociedade, à constituição do meio de arte no Brasil e sua posição no mundo.

Apesar da importância e constância da gravura em sua obra, em Circumambulatio (1972) percebe-se a necessidade de Geiger de encontrar novos meios de expressão. 

Circumambulatio: Figura feminina | Grande espiral | Grande espiral na paisagem 1972
registros fotográficos de performances, Rio de Janeiro | fotos Thomas Lewinsohn | coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/ USP | 25 x 40cm, 20 x 30cm, 20 x 30cm


Tem participado de inúmeras mostras internacionais em museus e nas bienais de São Paulo, Veneza e de fotografia da Bélgica. Em 1982, recebeu o prêmio da Fundação Guggenheim (NY) e, em 2000, a Bolsa Vitae de pesquisa em Artes Plásticas. 

Y'vus Y'vus – ela soluça com saudades 2003
chumbo e veludo | 21 x 21 x 21cm          

Com Fernando Cocchiarale, publicou o livro "Abstracionismo Geométrico e Informal – vanguarda brasileira nos anos 50" (1987).

Os anos 1990 são marcados por séries como Fronteiriços, em que novos materiais são usados. As formas cartográficas reaparecem vazadas em metal dentro de caixas de ferro ou gavetas de mapotecas preenchidas por encáustica. No limite entre gravura, pintura e objeto, essas obras são o emblema perfeito de toda sua produção na medida em que atualizam as séries anteriores. Mais recentemente, retoma seus interesses pelas novas tecnologias utilizando o vídeo em associação com a gravura (clichês de metal) e arquivos de ferro na instalação Indiferenciados (2001).




Ana Bella Geiger- CIRCA V


Circa IV é, inversamente, uma maquete de ruínas do sonho moderno, cuja dinâmica é simbolizada aqui pelo trem.Trilhos de brinquedo soltos ou impressos sobre o piso coberto de jornais coexistem com pequenos modelos de construções arquitetônicas modernas. No ângulo da sala, num monte de terra escura situa-se a entrada (ou a saída) de um túnel ferroviário cujos trilhos não se prolongam muito além de sua boca. Na parede lateral, desenhos em papel vegetal de plantas baixas de edifícios modernistas e da antiguidade (pirâmides, casas de banho,etc) coexistem num único tempo.Ao fundo, uma projeção exibe algumas imagens do Circa I combinadas a outras, de trens de brinquedo ou de trens reais, todos em movimento contínuo, como se estivessem comunicando presente e passado.Enigmáticos, indiferenciados por ruínas fictícias e referências oníricas, os Circa flutuam entre a atualidade em processo e tempos imemoriais que, a um só tempo, evocam as origens étnicas mais remotas de Geiger e asseguram a atualidade de sua produção mais recente.
Fernando Cocchiarale trecho do texto da individual Anna Bella Geiger-1974-2009 Oi Futuro RJ.

Em 2004, Anna Bella recebeu a insígnia da Ordem do Cruzeiro do Sul, do Ministério das Relações Exteriores, e em 2010, recebeu a insígnia da Ordem do Mérito Cultural por representar a tradição, a vanguarda e as diferentes correntes de criação cultural e artística do País.

Abaixo o link para que possa ter maior contato com as obras da artista.

http://www.circa2011.com.br


Por - Simone Pacini.

2 comentários:

  1. Gostei, inclusive do trabalho "Circa IV" pela junção de brinquedos com a tecnologia, diferente.

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  2. É legal como a artista trabalha utilizando vários tipos de suportes, inclusive brinquedos.

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